30.10.12

Entrevista: MARCELO SALAZA


Nome, idade, onde nasceu e onde mora atualmente?
Meu nome é Marcelo da Silva Casaqueviti, mas todos me conhecem como Marcelo Salaza.
Nasci no Rio de Janeiro e vivo no Rio.

Lembra da primeira HQ que você leu?
Sim. Foi Disney, aquelas revistinhas da Abril, a muitos anos!!!

Você tinha acesso fácil as HQs?
Não. Eu tinha de ir em escolas e ler as que existiam nas bibliotecas. Era fogo!

Como começou a desenhar? Tem alguém na família que te inspirou?
Eu comecei a desenhar quando via os desenhos na TV. Adorava e ainda curto muito desenhos na TV. Um dia fui a casa de um primo, e então o vi desenhando. Achei aquilo o máximo e fui correndo para casa tentar o mesmo. E daí num parei.

Quais artistas te inspiram até hoje?
Minha mãe, George Perez, Mozart Couto, Carlos Meglia, Manara, Moebius, Justin Bleep, Skoth Young.

Sempre teve acesso fácil ao material de desenho ou era difícil achá-los onde você morava?
Poxa, quando eu comecei era caro e difícil de se achar. Aqui era fim de mundo. Agora tá mais facil.
Mas foi uma luta. Desenhar era pra rico, kkkkkk....

Fez algum curso de desenho ou aprendeu tudo na cara e na coragem?
Eu aprendi na marra, mesmo. Olhando e depois estudando em livrinhos.

Como você ficou sabendo que artistas brasileiros estavam trabalhando pros americanos?
Foi em 90, na revistinha Generation, da Escala.

Como você conseguiu contato com as editoras lá fora?
Eu fiz contato em 98 quando consegui um PC Pentium 100, com 35 mb de memória e internet discada, kkkkkk. Aí eu entrei no Yahoo!! e digitei “wanted artists comics” e achei um editor que viu minha arte e me chamou a fazer uma série pra ele.

Qual o primeiro trabalho que você fez pros EUA? E qual você mais gostou de fazer?
O primeiro foi Novights pra Infinity Uprising. E o que mais gostei foi Elite, para a Portent Comics.

Já levou calote?
Porra, uma vez de 80 paginas. Deste meu primeiro serviço. Foda, mas tô aê.

Qual material você usa pra trabalhar? E qual você não recomenda?
Eu uso de tudo, desde canetas descartáveis a canetas recarregáveis, bico de pena, borrachas, tablet, etc... sou de experimentar.


Como começou o Pencil Blue Studio?
Começou quando ainda tinha outro nome, Action Studio. E resolvi mudar. Estava vendo que com o tempo obtive contatos com clientes e os mesmos me pediam novos trabalhos e eu não dava mais conta. Resolvi chamar amigos que fiz na internet pra se juntar. Não somos patrão e nem funcionários. Somos amigos um ajudando o outro. Mas o cara que mantém acordado isso tudo é Jorge Trindade. O cara é um mala, é chato com o estúdio, pega direto em meu pé. Se não fosse ele o estúdio teria parado, pois já pensei em parar com tudo e me dedicar aos meus trabalhos. Valeu, Jorge!

Pra quais editoras você e os agenciados do Pencil Blue Studio trabalham atualmente?
Ronin Studio, Avatar, Zenoscope, Markosia, Viper Press, Onixpress, Big Dog Ink, Gray Haven Comics e outras que num lembro de momento...

Cite alguns artistas nacionais atuais que você considera "os caras".
Eddy Barrows, Mike Deodato, Renato Guedes.

Tem algum projeto próprio que você planeja publicar lá fora?
Tenho sim, e se tudo correr bem deve sair em 213. Tô desenhando com calma, nas horas vagas.

Pra finalizar, uma super-dica de agente pra quem tá tentando uma vaga nos comics.
A mesma que sempre recebi: estude, estude de tudo sobre desenho, não se prenda a quadrinhos. Faça um estudo geral. De figuras animais, objetos, texturas, tudo que seja referente a desenho. Vai por mim...estude!

Valeu pela entrevista e quem quiser ver mais trabalhos do Salaza, clica nos links abaixo:

Pencil Blue Studio
Marcelo Salaza no Facebook
Marcelo Salaza Art´s

Lançamento COMANDO 5 #3

E quem quiser adquirir pela internet as edições anteriores, clica aqui.

24.10.12

A algum tempo o mercado de HQs no Brasil deu um salto quantitativo e qualitativo. Dezenas de revistas e álbuns, de todos os gêneros e formatos são publicados mensalmente aqui e lá fora, com desenhos e roteiros de artistas nacionais. Super-heróis, terror, ficção científica ou histórias do cotidiano, tudo é usado como tema para novas HQs. E é para homenagear e incentivar esses heróis do traço, que criei esse blog. Aqui, o leitor ficará por dentro de tudo o que acontece com nossos artistas nacionais, que batalham incansavelmente, ora sendo parabenizados, ora sendo ridicularizados, mas que nunca deixam a peteca cair e continuam quebrando a coluna nas pranchetas e em frente ao computador para fazer aquilo que mais gostam: viajar entre quadros e balões, sarjetas e traços, manchas e hachuras.